Experiência, pesquisa de antecedentes e habilidade na função são requisitos básicos
Os cuidados na admissão de porteiros, zeladores e faxineiras estão relacionados principalmente à questão da segurança nos condomínios. Experiência na função e perfil para a vaga são algumas das habilidades exigidas.
A segurança e o bem-estar dos moradores não dependem só da infra-estrutura do condomínio. Funcionários qualificados e síndicos responsáveis também são importantes para manter a ordem e evitar problemas como ações trabalhistas ou furtos no prédio.
Equipamentos eletrônicos de segurança, como câmeras, monitores, botões de alerta e portas automatizadas só serão seguros se os funcionários forem bem instruídos e treinados para utilizá-los. É preciso ter esses aparatos de segurança mas também funcionários bem treinados, regras estabelecidas e moradores que sigam as normas.
Alguns moradores questionam o controle de fluxo de pessoas feito pelo porteiro, mas essa é uma norma de segurança e, em muitos casos, faz parte do regimento interno do condomínio. – Tem gente que pensa que nós criamos a norma, mas a gente só cumpre. Às vezes os moradores ficam bravos com isso. Hoje, eu vejo que alguns não gostam de mim por causa dessa situação. Mas a maioria gosta do trabalho e a gente acaba criando uma relação de amizade – diz a porteira Silvia H. F. de 45 anos idade e mais de 13 de experiência na função. A moradora do prédio onde Silvia trabalha, confirma o bom desempenho da funcionária – É uma pessoa de confiança e responsabilidade. Prestativa com os moradores e discreta quando é preciso ser.
No condomínio onde mora Vicentina M. C. O., de 48 anos, a falta de atitude dos funcionários acarretou em problemas para o condomínio. Nada que prejudicasse a segurança, mas ela, que é síndica há quase cinco anos, conta que a negligência do porteiro era grande: – Sou exigente, mas nunca pedi algo que não estivesse dentro da função dele. Pelo contrário. Ele não fazia nem as coisas que eram de sua obrigação. Por várias vezes peguei ele dormindo em serviço. Acabei tendo que mandar embora – relata a síndica, que também já teve problema com uma zeladora que se envolveu em fofocas.
CUIDADOS NA CONTRATAÇÃO
O Tribunal Regional do Trabalho não tem um sistema de dados que registre em separado os processos de funcionários contra condomínios. Mas, embora o registro não exista e os casos, de acordo com o Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi), sejam raros, é preciso tomar algumas medidas para evitar possíveis ações trabalhistas. Para isso, o primeiro passo é conhecer bem as atribuições de cada profissional e não misturar funções. A advogada do departamento jurídico do Secovi, Luana B. A. indica também o registro do profissional em Carteira de Trabalho, ainda que seja por um período curto – Em caso de ações quem responde é o condomínio como um todo, representado legalmente pelo síndico – orienta a advogada.
A coordenadora de Recursos Humanos, Priscila L. D. sugere que a contratação de profissionais seja feita por uma empresa especializada, que vai conseguir atender melhor as necessidades do cliente – Para um porteiro, por exemplo, boa comunicação e apresentação são fundamentais. O vice-presidente do setor condominial do Secovi, diz que as empresas terceirizadas são uma boa alternativa, mas que normalmente as contratações são diretas. Neste caso ele aconselha sempre contar com a indicação de alguém de confiança e dar preferência para quem já realizou cursos na área e tem experiência na função.
Antonia S. de 58 anos, é síndica há cerca de cinco anos. Seu objetivo desde que assumiu era contratar um profissional que seguisse todas as normas do regulamento interno – Não precisa ser bonzinho para ser um ótimo profissional. Bom funcionário é aquele que cumpre com suas obrigações e que tem iniciativa. Silvana A. K. de 37 anos, foi contratada pela síndica por indicação de um conhecido. No começo ela cuidava da limpeza e atualmente está na portaria. Essa não foi a primeira vez que alguém sem experiência passou por um treinamento para assumir uma função neste condomínio – Nunca tinha trabalhado nessa área. Não vou dizer que foi fácil. Tive até vontade de desistir no início. Hoje posso dizer que gosto bastante do meu trabalho. E isso eu devo ao fato de a dona Antonia (síndica) ter confiado em mim.
BOM HUMOR
O jeito alegre e descontraído do zelador Olair P. A. P. de 40 anos, compensou a falta de experiência. Ele foi porteiro do condomínio por dez anos e há quatro exerce a função de zelador, conquistando os moradores pelo bom humor e pelo comportamento solícito – Meus problemas particulares deixo em casa. Aqui procuro ser sempre alegre e tratar bem a todos, mesmo quando os moradores estão de mau humor.
Fonte: Gazeta do Povo