Saiba como preparar funcionários e moradores contra emergências e acidentes no Condomínio
Situações de emergência ou acidentes em condomínios costumam ser mais comuns do que o esperado. Se um condômino tem um ataque cardíaco ou ferimento grave, por exemplo, uma reação rápida baseada nos conhecimentos de primeiros socorros será fundamental na hora de acudí-lo. Por esse motivo, além de medidas preventivas e manutenção regular dos espaços, a preparação dos funcionários e moradores do prédio na prevenção de acidentes são de extrema importância.
Porteiros e zeladores estão presentes nas tarefas diárias do condomínio e, portanto, devem estar bem orientados e treinados para enfrentar situações adversas. Quando há terceirização desses profissionais, a empresa responsável encarrega-se do treinamento e capacitação dos mesmos. Já no caso de funcionários orgânicos, ou seja, contratados diretamente pela administração do condomínio, será preciso contar com empresas para realização dos treinamentos ou cursos.
CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes)
As normas regulamentadoras (NRs) definidas pelo Ministério do Trabalho estabelecem parte do que precisa ser seguido pela administração do prédio. De acordo com a NR-5, os condomínios são obrigados a oferecerem o curso de CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) para pelo menos um dos funcionários. A responsabilidade de definir quem fará o curso é do síndico (o mais comum é que seja realizado pelo porteiro ou zelador) e o treinamento inclui primeiros socorros e prevenção de acidentes no local de trabalho.
Condomínios com mais de 51 funcionários devem criar uma comissão, enquanto aqueles com número inferior ficam obrigados apenas a destinar um funcionário para participar do treinamento anual de prevenção de acidentes. O curso de CIPA é oferecido por empresas de medicina e segurança do trabalho.
Brigada de Incêndio e Primeiros Socorros
Para o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros ser aprovado, os bombeiros exigem alguns itens, como curso de primeiros socorros básicos e de prevenção e combate a incêndios, com orientações sobre o uso correto de equipamentos e estabelecimento de rotas, planos e medidas emergenciais em um incêndio.
Porteiros, zelador, síndico e moradores devem participar do treinamento de uma brigada de incêndio. A lei não define um número mínimo de moradores que devem participar, mas é função do síndico incentivar a presença do maior número de condôminos possível. A preparação dos funcionários pode variar dependendo do perfil dos moradores. Condomínios com uma quantidade maior de idosos podem ter treinamentos mais intensivos, com enfermeiros preparando porteiros e zeladores para atender a uma possível emergência.
Além dos cursos, todo estabelecimento deve estar equipado com um kit básico de primeiros socorros que deve conter: luva, gaze, atadura, esparadrapo, algodão, soro fisiológico, hastes flexíveis, colar cervical, faixas e tesoura com ponta arredondada. Em São Paulo, condomínios com mais de 1.500 pessoas devem ter um desfibrilador e alguém que saiba operá-lo.
Contatos de Emergência
Especialistas reforçam a importância da portaria e zeladoria serem instruídas quanto aos telefones de emergência. Além do número da polícia (190), do SAMU (192) e dos bombeiros (193), os funcionários devem ter disponíveis os contatos da empresa de manutenção de elevadores, da seguradora do condomínio e das empresas responsáveis pelo fornecimento de gás e pela manutenção das bombas e portões.
Cumprir Normas para evitar Prejuízos
Por fim, é importante destacar o papel essencial do síndico na antecipação de acidentes no condomínio. É seu dever identificar, em conjunto com o zelador, as medidas necessárias para minimizar os riscos que permeiam a realidade do condomínio e, então, assegurar que o edifício conte uma equipe preparada e devidamente treinada para enfrentá-los. Em um condomínio clube, por exemplo, pode haver a necessidade de um atendimento de salva-vidas, uma vez que esse tipo de edifício conta diversas piscinas, o que aumenta a ocorrência de afogamentos.
Estar a par das Normas Regulamentadoras significa garantir segurança e saúde a quem frequenta o condomínio, além de cumprir com suas responsabilidades legais. Caso contrário, as sanções podem envolver multa, processos trabalhista, civil ou até mesmo criminal. Em caso de incêndio, se o condomínio estiver fora das condições estabelecidas pelas normas em questão, a seguradora pode não pagar o prêmio e o prejuízo fica com o condomínio. Não vale a pena arriscar, não é mesmo?