Entenda como funcionam os mercadinhos em condomínios e se vale a pena o investimento
Fazer mercado sem precisar sair do condomínio já é uma realidade. Em uma época em que a agilidade e praticidade são imperativas e cada vez mais pessoas fazem home office, os mercados e lojas de conveniência dentro dos condomínios têm se popularizado cada vez mais por todo o país. Mas como funciona ter um mercado no condomínio?
O mercadinho em condomínio, minimercado ou loja de conveniência condominial, como também é conhecido, permite a venda de alimentos e produtos dentro do próprio condomínio. Basicamente, o morador pode pegar o elevador, descer até o térreo e ir até a área comum onde estão localizadas gôndolas de supermercado e um caixa eletrônico. Lá, os moradores podem escolher os produtos que desejam e comprá-los. Tudo isso em nome da comodidade dos condôminos, evitando idas desnecessárias aos supermercados, shoppings, açougues, padarias, entre outros estabelecimentos.
Os mercadinhos em condomínio funcionam seguindo o modelo de negócio honest market (mercado da honestidade), no qual todo o processo de compra e pagamento é feito com base na confiança. Tudo é feito pelo próprio morador do condomínio, desde a escolha do produto até o pagamento via aplicativo ou cartão de crédito – sem a supervisão de ninguém, exceto das câmeras de segurança. Ou seja, a loja é totalmente autônoma, o que dispensa a necessidade de funcionários do condomínio trabalhando no caixa e no estoque.
Quem Pode Tomar a Decisão?
O síndico sozinho ou com o aval do Conselho Fiscal/Consultivo não pode fazer qualquer obra ou alteração da destinação das áreas comuns ou decidir sobre o tipo de conveniência que é mais adequada. Somente uma Assembleia pode validar qualquer pretensão do síndico ou de um ou mais moradores de decidir se irão utilizar alguma área comum do condomínio e qual o modelo de conveniência utilizarão.
Nela, o quórum mínimo a ser atingido, conforme Art. 1342, do Código Civil, é de pelo menos 2/3 dos condôminos. Isto porque, em muitos casos, deve haver adaptações das áreas que serão utilizadas. Vale lembrar que, caso seja prevista a desativação de algum local (por exemplo, uma sala de jogos), o quórum passa a ser de 100% dos condôminos, ou seja, a decisão deve ser unânime.
Quais Tipos de Mercado Dentro do Condomínio Existem?
O formato do mercadinho é definido de acordo com o espaço disponível dentro do prédio residencial, o perfil dos moradores do condomínio, a empresa escolhida e demais questões particulares. Da mesma forma, a responsabilidade sobre questões como a realização das obras de instalação e manutenção dos equipamentos varia conforme o acordo fechado com a empresa prestadora do serviço. Em sua maioria, a instalação não é cobrada pelas empresas.
Em geral, não é necessário possuir muito espaço livre para instalar um mercado no condomínio. Indica-se que é necessário ao menos 2m² livres em alguma área comum do condomínio, podendo ser no hall de entrada, recepção, corredor ou até mesmo em uma vaga de garagem.
Confira a seguir os layouts mais populares de mercadinhos e para quais tipos de condomínio são indicados:
- Mercadinho que se parece com uma loja de conveniência, com prateleiras de alimentos e geladeiras munidas de bebidas. O mais popular de todos;
- Mercado montado para simular uma visita ao supermercado, com grandes corredores, carrinho e cestinhas de compras, seção hortifruti, etc. Ideal para condomínios residenciais com bastante espaço extra;
- Mercado localizado dentro de um container, normalmente instalado em uma parte do estacionamento do condomínio. Indicado para condomínios horizontais, onde o container pode ocupar o espaço de uma vaga de garagem:
- Opções mais compactas, em que o espaço do mercado se resume a uma ou duas prateleiras que contam apenas com itens essenciais. Ideal para condomínios com uma infraestrutura reduzida;
- Mercado constituído apenas por algumas geladeiras, como as conhecidas máquinas de venda de refrigerantes. Indicado para condomínios comerciais.
Vale a Pena Investir em um Mercadinho para o Condomínio?
Essa é a primeira pergunta que o síndico se deve fazer antes de levar o tema para discussão em Assembleia. Se o condomínio não possui espaço nas áreas comuns ou sofre com uma grande taxa de inadimplência, investir em uma iniciativa como essa não será vantajoso.
Do contrário, é possível avaliar alguns pontos positivos na instalação dos famosos mercadinhos para condomínios. São eles:
- Comodidade e segurança na pandemia, para os moradores que ainda evitam aglomerações;
- Praticidade e possibilidade de comprar alimentos sem que seja necessário fazer estoque de alimentos. Assim, não há riscos de os alimentos vencerem na despensa das residências, nem a obrigação de ir ao supermercado fazer compras trabalhosas;
- O mercadinho, que também é 24h, acaba sendo uma vantagem para condomínios localizados em áreas afastadas do comércio, bem como torna a compra de insumos mais acessível para idosos, pessoas com deficiência (PCD) e trabalhadores com pouco tempo disponível;
- Renda Extra para o Condomínio: dependendo da empresa selecionada para fornecer o serviço de mercado ou loja de conveniência dentro do condomínio, não há custos de instalação e o condomínio ainda adquire uma renda extra que pode ser utilizada em benfeitorias para o próprio condomínio, além de valorizar o empreendimento como um todo e os imóveis dos moradores. A renda é como um cashback (reembolso), em que uma porcentagem da quantia arrecadada na venda dos produtos será devolvida ao condomínio.
Por fim, como toda novidade, a presença dos minimercados em condomínios acompanha inúmeras dúvidas. Mas com todas essas informações em mãos sobre essa tendência que parece que veio para ficar, é possível tomar as melhores decisões e ainda trazer mais conforto e valorização para a vida em condomínio.