Associações estimulam reforço na limpeza de elevadores durante a pandemia, mas alertam condomínios sobre riscos à segurança
Com a pandemia do novo Coronavírus, a limpeza dos elevadores nos condomínios passou a se tornar mais frequente e reforçada. Por ser um espaço fechado e de grande circulação de pessoas, esses equipamentos merecem atenção à higienização para evitar possíveis riscos de contaminação da doença. No entanto, entidades alertam: é preciso cuidado nessa limpeza!
A Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (Aabic), maior entidade representativa do segmento no Estado, adverte que condomínios não utilizem álcool ou outros produtos abrasivos e corrosivos na limpeza dos elevadores, sob risco de danificar o equipamento e ocasionar incidentes mais graves, como incêndios. De acordo com a Aabic, o uso indiscriminado de álcool pode molhar os circuitos internos do equipamento, sendo desautorizada a aplicação em alavancas de abertura das portas, áreas de contato, interfone e, principalmente, botoeiras.
A Associação Brasileira das Empresas de Elevadores (Abeel) também faz seu alerta aos usuários de elevadores, síndicos e administradores de condomínios. Segundo a mesma, nenhum produto de limpeza deve ser utilizado diretamente sobre peças e componentes do elevador. Aplicar spray com produtos químicos diretamente sobre as botoeiras pode provocar acidentes, à medida que esses produtos contêm elementos inflamáveis que penetram diretamente pelas frestas, danificando o equipamento. Usos contínuos podem ocasionar curto-circuito e até mesmo incêndio.
De acordo com a Atlas Schindler, empresa consultada sobre esses perigos, cuidados específicos devem ser observados também na limpeza das outras peças do elevador, como luminária, vidro, espelho, aço inoxidável, ladrilho e soleira. A empresa também enfatiza que não se deve utilizar produtos químicos agressivos (ácidos, água sanitária, removedores de tinta etc.) ou abrasivos (lixa, palha de aço, esponjas ásperas etc.). Além disso, é vetado o uso de mangueira com água corrente, o que poderia acumular água no poço do elevador e danificar seus componentes.
A Aabic faz, ainda, um alerta especial para as botoeiras, componentes mais utilizados nos elevadores e naturalmente mais propícios à proliferação do vírus: a limpeza do painel e dos indicadores deve ser feita utilizando um pano levemente umedecido com água e sabão neutro. Em seguida, recomenda-se passar um pano seco e macio. Outra solução ideal e muito simples e acessível é o uso das capas de proteção para os botões e componentes eletrônicos do elevador, já disponibilizadas por algumas fabricantes e conservadoras. Elas podem ser aplicadas dentro da cabine e nos pavimentos do edifício, permitindo que a higienização seja feita várias vezes ao dia, sem o risco de os produtos de limpeza entrarem diretamente em contato com a parte elétrica.
Desse modo, as entidades se preocupam que, na ânsia de limpar e higienizar os elevadores, os condomínios possam provocar graves acidentes, colocando em risco a vida dos moradores e profissionais de limpeza. É importante destacar, no entanto, que os condomínios devem continuar disponibilizando o álcool gel 70% perto dos elevadores, visando apenas a assepsia das mãos dos condôminos e funcionários.