Equipamentos de combate a incêndios no condomínio exigem manutenção permanente
Os incêndios em condomínios não são tão incomuns quanto se pensa, e as administrações condominiais devem estar atentas à prevenção. A recomendação do Corpo de Bombeiros é para a adequação das edificações ao Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico (Coscip).
Nele estão listados os equipamentos essenciais a um sistema de proteção e combate a incêndio: hidrantes, sprinklers, extintores, mangueiras, esguichos, bombas de incêndio, alarmes, portas corta-fogo, sinalização e luz de emergência. Mas não basta ter os equipamentos, a manutenção dos mesmos é essencial.
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro alerta que os prédios investem em equipamentos que, muitas vezes, na hora de um incêndio, se descobre estarem inoperantes.
DICAS DE MANUTENÇÃO – O prédio deve possuir duas mangueiras, sendo uma acoplada diretamente ao registro, ou seja, a cada caixa de incêndio.
Os extintores precisam estar sempre carregados. A recarga deve ser feita mesmo se não foram usados e a cada vez que forem totalmente ou parcialmente utilizados. Deve ser realizado também o teste de cilindro, que mede sua resistência, a cada cinco anos.
A casa de bomba deve ser temporariamente acionada, pelo menos, semestralmente. E o prédio deve realizar um teste prático de todos os equipamentos anualmente, com uma empresa credenciada junto ao Corpo de Bombeiros e ao Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).
ROTINA PREVENTIVA – O Corpo de Bombeiros orienta os condomínios a criar uma rotina que permita verificar com regularidade os equipamentos e procedimentos de prevenção contra incêndio.
Tal medida gera uma consciência de prevenção e um conhecimento da existência dos equipamentos para evitar incêndios, tanto nos empregados quanto nos moradores.
Outra orientação é para que os condomínios mantenham em todas as entradas dos edifícios um mapa de risco, a fim de evitar qualquer perda de tempo na chegada dos bombeiros em caso de incêndio. Ele ajuda a identificar itens importantes na prevenção de incêndio.
MAPA DE RISCO – Em uma planta de risco devem constar orientações para:
• Saídas, escadas, corredores e elevadores de emergência;
• Válvulas de controle de gás e outros combustíveis;
• Chaves de controle elétrico e armazenagem de produtos químicos e perigosos;
• Registros e portas corta-fogo, que fecham automaticamente em caso de incêndios, e botoeiras para acionamento manual destes dispositivos;
• Pontos de saída de fumaça e janelas que podem ser abertas em edifícios selados;
• Painéis de sinalização e alarme de incêndio;
• Casa de bombas do sistema de hidrantes;
• Hidrantes internos e externos e hidrantes de recalque e as respectivas válvulas de controle, incluindo a de chuveiros automáticos;
• Extintores e mangueiras.
ROTINA DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA: O QUE VERIFICAR
• Hidrantes: verificar regularmente seu funcionamento, assim como a existência da reserva de água para incêndio. Por apresentarem vazamento ou por serem instalados dentro das caixas de mangueiras, hidrantes podem ser esquecidos e até bloqueados. Há registro de casos em que estão sem o adaptador, peça rosqueada no hidrante que permite seu acoplamento à mangueira. É preciso vedá-las bem, utilizando-se de veda-junta, para que o adaptador fique preso ao hidrante;
• Extintores: em edificações residenciais multifamiliares, sem serviços de restaurante, lavanderia etc., cada extintor deve cobrir uma área máxima de 250 m², com distância máxima de 20 m para o alcance do operador. Atenção à validade da carga e à periodicidade de recargas. O Corpo de Bombeiros orienta para que sejam descarregados antes, para garantir a recarga completa. A descarga também é uma boa oportunidade para treinar o pessoal para a utilização do equipamento. Observe se o acesso a eles não está bloqueado, se sua instalação está dentro do padrão (nenhuma parte do extintor pode ficar em altura superior a 1,80 m do piso) e se são compatíveis com o tipo de material a proteger no local em que está colocado. Verifique ainda se o lacre não foi violado e se o manômetro acusa pressão normal;
• Alarmes e iluminação de emergência: atenção à manutenção de lâmpadas e baterias. Com vida útil curta elas necessitam de substituição;
• Escadas de segurança e portas corta–fogo: atenção para não obstruir acessos às portas e saídas de emergência;
• Splinklers: os vazamentos nas tubulações levam ao bloqueio das válvulas e a consequente falta de água em caso de necessidade. A pintura dos splinklers, comum nas reformas de pinturas de teto, também prejudica seu funcionamento, pois aumenta a resistência do dispositivo ao calor e assim dificulta o rompimento do bulbo na temperatura para a qual foi projetado;
• Mangueiras: verifique se as mangueiras não têm rachaduras ou fissuras e se os bicos não estão obstruídos. Instaladas nas caixas de incêndio de cada andar, são normalmente esquecidas, deixando de ser inspecionadas periodicamente (no mínimo de três em três meses) e testadas, hidrostaticamente (uma vez por ano), por empresa credenciada pelo Inmetro e pelo Corpo de Bombeiros. Um problema comum é estarem com suas extremidades (conexões) amassadas, o que dificulta ou impossibilita o acoplamento no hidrante, em outra mangueira ou esguicho;
• Esguichos: Também é muito comum apresentarem conexões amassadas. São muito roubados das caixas de incêndio para serem vendidos a ferros-velhos ou em feiras de equipamentos. O Corpo de Bombeiros autoriza trancar a caixa de incêndio, desde que a parte de vidro tome toda a moldura da caixa, permitindo o acesso em caso de emergência;
• Bombas de incêndio: Normalmente estão inoperantes por vários problemas. Próximo às bombas deve haver um dreno para que elas possam ser testadas. Quando aberto, o acionamento das bombas deve ser automático e elas deverão pressurizar a canalização preventiva;
• Alarmes sonoros: É muito comum serem desligados. Os alarmes são acionados quando há baixa pressão na tubulação de incêndio. Pessoas desavisadas desligam o sistema sem verificar o porquê disto ter acontecido. É importante descobrir e eliminar a causa do acionamento do alarme para que em caso de real necessidade possa funcionar corretamente.