Aumentos de despesas fixas e essenciais acima da inflação refletem nos índices de reajuste
Nos últimos 12 meses, os preços das taxas de condomínio na cidade de São Paulo aumentaram 9,6%, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O aumento passou o indíce de inflação do mesmo período. Gastos fixos são tidos como os “vilões”.
O aumento não é de se espantar, pois são muitos os gastos fixos de um condomínio que variam acima da inflação. Concessionárias de água, luz e gás têm reajustes maiores. A Eletropaulo anunciou aumento de 8% na energia, por exemplo, e o dissídio sobre os salários dos empregados desse último ano também foi alto. Em outubro, os empregados de condomínios tiveram, conforme acordado em convenção coletiva, aumento de 9% nos salários. Os gastos mensais com mão de obra também pesam, chegando em média a 70% dos valores mensais despendidos pelo condomínio. Em seguida, vem a fatia dos gastos fixos com manutenção, que chegam a 20%.
Para baratear as taxas, recomenda-se a revisão periódica dos contratos que o condomínio tem, principalmente os de serviços terceirizados, para que se verifique se os preços estão de acordo com os parâmetros de mercado, caso contrário, o síndico deve negociar uma redução com base nos serviços realizados.
TRANSPARÊNCIA
Para o presidente da Associação Brasileira de Condomínios, Síndicos e Condôminos (Abracond), Alfredo Mimessi, a transparência na administração do condomínio é fundamental, aliada à organização. “As despesas ordinárias, mensais, devem ser bem separadas das extraordinárias. Fica mais fácil saber onde cortar, e mais difícil que alguém aja de má fé com o dinheiro.” Nos gastos extraordinários, diz ele, é necessário seguir o perfil do condomínio. “Não adianta gastar fortunas com uma quadra esportiva em um prédio onde só moram idosos.”
Estadão